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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Programa de Indio

Este texto voce tambem encontra em http://www.motoronline.com.br/colunas/aloysio/aloy01.htm

Programa de índio
No ano de 1994 , quando tive o prazer de ser piloto da equipe Divisa, junto a meu amigo Flávio Trindade, e , ter meu então o novo amigo Luc Monteiro http://lucmonteiro.blogspot.com/ nosso acessor de imprensa da equipe. Em uma etapa em Cascavel (PR), haviamos combinado que daquela vez o carro já estaria pronto para os treinos na quinta-feira, pois precisávamos buscar melhores acertos para que pudéssemos continuar com chances no campeonato. Me lembro que o tempo amanheceu chuvoso e ficamos praticamente o dia inteiro esperando a pista secar. Como não havia nada mais a fazer, no meio de uma leve garoa, eu o Trindade e o ainda não cinquentão Gastão Weigerth ficamos batendo papo em cima do caminhão da equipe. Um deles me perguntou, não me recordo o qual, onde estava o nosso colega, piloto da cidade de Foz do Iguaçú, Sr. Ruy Chemim? "Foi pescar no Paraguai!", lhes disse. Foi quando um deles me colocou: "Que programa de índio, ir lá no meio do mato, passar fome, não ter um lugar decente para tomar banho, ficar longe de casa... ". Nós, os outros dois, imediatamente concordamos com a colocação e ainda encrementamos com um pouco mais com argumentos que surgiram na hora.como

Passados alguns anos, me pergunto: o que nós estavamos fazendo em uma quinta-feira em cima de um caminhão tomando banho de chuva e passando um frio danado? Isso sim não seria um programa de índio? A resposta é simples: salvo rarríssimas exceções, nesses dezesseis anos de pista, como piloto ou às vezes como expectador, todos somos bitolados pela adrenalina que é o automobilismo. Quase ninguém gosta de pescar, jogar baralho, dançar, sei lá... Futebol então... Todos gostamos mesmo é de acelerar, ou do ambiente que é uma corrida de automóvel. Estando ali, parece por alguns momentos que certos problemas deixam de existir ou ficam menores. Em uma ocasião um colega piloto, que assumidamente tinha problema com drogas, me disse em uma reunião de pilotos: "Eu vendo tudo que tenho para correr de carro, já pela droga não tenho certeza, automobilismo é pior que cocaína!" Ou ainda, um outro colega esses dias na reunião da Liga Paranaense de Pilotos e Preparadores, a LPPP, me disse que se a mulher dele o mandar embora pra fora de casa ele está se lixando, pois com automobilismo ele não precisaria de mulher nenhuma. Bom, eu tambem gosto muito de correr, mas nesse ponto acho que particularmente ainda prefiro as mulheres, a começar pela minha.

Mas, deixamos nossos trabalhos, nossas famílias, quase sempre, com rarríssimas exceções, gastamos mais do que devemos, viajamos de madrugada para estar na pista no outro dia para treinar (perdi as contas de quantas vezes fiz isso), corremos, às vezes ganhamos, às vezes batemos, e quando batemos com outros colegas quase sempre brigamos, e quando dá tudo certo chegamos em casa com um troféu que quase sempre é muito pior que aquele que seu colega ou filho ou conhecido ganhou no futebol, ou no judô ou em qualquer lugar. Como li uma vez em uma coluna do campeoníssimo Ingo Hoffman: "Automobilismo é caro, arriscado, envolvente, é talvez o menor percentual da face da terra onde existam profissionais bem sucedidos, mas se você gosta, siga em frente, porque dinheiro nenhum no mundo paga o carinho de ser reconhecido na rua por um desconhecido qualquer ou o gosto que tem aquela bebida quente de quarta categoria que tomamos quando estamos no pódium". Pelo que pilota por colocações com esta, parabéns Ingo!
Até a próxima,
Aloysio Ludwig Neto

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

1983



Tudo bem amigos ?

Hoje quero relatar a vocês como me lembro de meu primeiro ano no automobilismo , em 1983 (to ficando velho...) . Espero que gostem ou que , de alguma forma , este texto contribua para a historia do automobilismo paranaense .

Antes de começar a escrever o que acontecia na pista , não tenho outra alternativa senão voltar alguns anos antes . Vamos nos localizar , em 1983 eu faria 16 anos (sim este ano farei 45 anos em um corpinho de 44) . Logo que fui morar em Cascavel nos anos primários de colégio conheci 2 amigos que viriam a me influenciar muito a minha paixão por automobilismo . O primeiro deles era um garoto muito levado , bagunceiro demais . Sempre de bom humor ele era constantemente colocado de castigo pela professora com um outro colega , loiro , branco como a lua cheia , que usava óculos fundo de garrafa que somados com o conjunto toda resultava em um cara muito feio . O nome do primeiro amigo era Miguel Beux e do segundo Ruy Chemin .

Quando minha amizade com Miguel começou para sempre se fortalecer , eu ia na casa dele e ele com orgulho me mostrava fotos do seu pai , Zilmar Beux , todo orgulhoso me contando que o pai dele era o principal motivador e construtor do autódromo de Cascavel . Fotos, trofeis e uma paixão incrível por ... Avalones .... isto tínhamos 10 , 11 anos ... Já dava pra ver a determinação do hoje presidente do Automóvel Clube de Cascavel e principal figura na reforma do Autódromo daquela cidade que finalmente vai colocar Cascavel no lugar que ela merece no Automobilismo. Nesta época eu adorava aviação e meu sonho, juntamente com outro grande amigo até hoje , Paulo Gotllieb ,  era ser piloto de caça , da FAB . Não me lembro bem mas em um dado momento , uns 4 , 5 anos depois , o Miguel realizaria seu sonho de estrear em uma corrida de karts em Medianeira e eu como melhor amigo , la fui com meu pai , assiti-lo . Quando isto aconteceu eu já era afilhado de crisma de Zilmar e Olinda Beux , pessoas quem aprendi admirar e amar para sempre e da mesma forma ser amado como um filho. Quando vi o Miguel acelerar aquela maquina barulhenta que parecia que ia bater a cada 10 metros , falei pra mim mesmo : “ eu nunca vou sentar numa porcaria destas “ . Não me lembro o final da corrida , mas o Miguel seguramente não foi bem .

Dias depois , em uma reunião de final de tarde as Retificadora Beux em Cascavel , o Carlos Beux , primo do Miguel, disse que queria se desfazer de seu kart , um mini SS ano 1978 com platinado ainda (afff ....) que nunca conseguia dar uma volta completa . Ele disse que queria uma vender para comprar uma espingarda calibre 22 para caçar . Eu tinha uma foblé .22 que ganhei de meu pai e sem pensar (nenhum garoto de 15 anos tem esta virtude) propus que trocassemos , ele aceitou e eu fiquei dono de uma maquina maravilhosa , vermelha , meu primeiro kart que nunca esquecerei , embora os motivos para isto não tenhom sido La tão bons ...

Não me lembro como , mas tipo um mês depois , estava eu em Foz de Iguaçu. Macacão de frentista com mangas alongadas , tenis all strar cano alto e capacete CBP (moda), que somados ao Mini SS, que apelidamos de Silvio Santos , parecíamos um conjunto pronto para correr , pelo menos até sair ou tentar sair dos boxes . Nos treinos , como era de se esperar , eu estava sempre em ultimo , quando conseguia ficar na pista , bem longe do penúltimo . Eu tomava coisa de 5 , 6 segundos do penultimo . Dada a largada , que não larguei porque o Silvio Santos não pegou, antes mesmo de completar a primeira volta eu já tinha tomado 5 . Motor ruim ? Não , o kart não pegava e meu Pai (ainda com 40 anos) heroicamente conseguia me empurrar durante uma volta .... trágico ..... comigo ... desde que não comigo ...mas era ....

CHEGA !!!!!!!!!!!! Gritou meu pai me ando dedo em riste : SE VOCE QUER SER PILOTO VAMOS COMPRAR UMA PORCARIA MELHOR QUE ESTA .

A sequencia da historia daria um grande livro e bem engraçado . Pra não me alongar muito , registro aqui que trocamos o Silvio Santos  inicialmente por um Mini SS2 (kart 18 das fotos) que já andava e me deu o primeiro podiun de minha vida .O campeonato daquele ano já tinha la seus cobras como José Leônidas Chemin (tio do Ruy) , Ângelo Giombelli , Marcelo Borbin, Arlindo Cavalca (onde anda amigo) e claro , Ruy Chemin , Miguel Beux  entre outros. Era um nível bom, pois a região tinha vocação ao automobilismo por conta do autodromo de Cascavel e isto jogava muita gente no kart também  .  Tínhamos categorias A e B e a soma dos grids ai entre 15 a 25 karts , tinha e estreantes como eu até já campeões , como Chemin tio e Gionbelli . 10 etapas no ano mais 2 ou 3 festivas ,  corridas em Foz do Iguaçu e Medianeira .

Cascavel não tinha kartodromo e os treinos fazíamos em um bairro isolado , na rua mesmo . Foi la que minha irmã Cynthia me fez um favor de bater meu mini SS2 ... arregaçou o chassi e la foi meu Pai comprar outro , desta vez um melhor , um mini Star  (kart 33 da foto) . Este era bom e me lebro que fui para a sétima etapa do ano já virando bem rápido para um estreante . Na tomada de tempo marquei minha primeira pole na catagoria B e segundo na geral (corríamos A e B juntos) ... Alegria demais . A corrida lembro que liderei mas me desconcentrei e rodei ... jogando fora a possibilidade da primeira vitoria no regional . Ainda naquele ano as 3 ultimas etapas consegui finalizar em terceiro , o que estava bom . Tinha comigo que logo venceria pois a cabeça estava muito boa .

Nunca vou esquecer que no final de 1983 fui fazer o meu primeiro campeonato paranaense de Kart , em Francisco Beltrão . Lembro que meu Pai me disse : Aloysio , nos vamos mas é um nível muito alto e provavelmente só faremos numero .... Eu disse que tudo bem , que queria participar .  Nos treinos fizemos nosso trabalho sem nos preocupar com o que os outros estava virando . Não tinha cronometragem oficial e nem procurávamos saber onde estávamos . fomos pra tomada de tempos , tinha uns 26 karts se não me engano e ao final da tomada , La estava eu ... em .... terceiro ... . QUE ??? Perguntei a meu Pai .... terceiro !!! – exclamou ele . Perguntei sobre o Beux , o Chemin e o Cavalca , da mesma categoria , mais experientes (mas não muito) que estavam no mesmo grid e bem melhores classificados que eu em nosso campeonato regional . Lembro que o Pai me disse : “ O cavalca ficou em nono e o resto pra trás” . Só me lembro que fiquei muito feliz . Pra mim o ano poderia acabar naquela tomada de tempos .  A corrida fui com uma cabeça muito boa e no final da 3 baterias estava Jorge Baú campeão , Cesar Hervello em segundo e eu , sem me meter me briga , me conformei finalizando meu ano de estréia em terceiro lugar no Paranaense catagoria B . Só pra registrar , na categoria A vi uma briga grande ente José Córdova e um tal Pezzente , que era da cidade não consegui ganhar o titulo . Melhor pra a um chamado Marcos Ramos , que foi o campeão paranaense de Kart de 1983 .

Pra mim , naquela época eu fechei o ano muito feliz , na certeza que minha historia de piloto teria ainda um caminho maior a ser escrito e foi . Não brilhante mas interessante como pretendo contar mais partes dele pra vocês nas próximas colunas.

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Abraços,

domingo, 12 de fevereiro de 2012